os iguais

as casas se reproduzem na mesma forma por aqui... se por um lado o olhar se harmoniza, por outro.... ue? tudo igual???
depois dos despropositos coloridos e estravagantes da India, esses tons iguais de Oxford propoem uma especie de enigma: tao igual e diverso? e o mesmo Sol... Ja disse Simone, no meu ultimo por no tapetao...
estou um pouco em choque... sentindo as desigualdades de nossa especie...
vi um homem fazendo cooper com uma camiseta: CCCR! quem se lembra?
ele passou na beira do rio, limpinho, limpinho.... (e nem era o Ganges de Rishkesh...)

nao tem vaca aqui!!!!

estou chocada com Oxford!!! que limpeza e esta??? Onde estao as pessoas??? cade todo mundo??? entrei num trem com mais 3 pessoas!!!! o que e isso??? nao sei se suporto tamanha diversidade....

sai da India como quem nasce ao contrario (se e que isso faz algum sentido....)

e olhei o sol daqui em sua moldura cinza; poderia chorar um pouquinho, mas resolvi deixar pra mais tarde....

atravessei a ponte

e Rishkesh ficou pra tras... tantas pontes que a gente atravessa!!! as vacas de Rishkesh que o digam! ficam pra la e pra ca o tempo todo!!
Paguei cinco vezes mais e viajei num trem.... Com comida, cha, ar condicionado... Musica!!! Um luxo!!!! Tinha sabao e papel higienico no banheiro!!! Luxo, luxo, luxo!! E nao atrasou!!!!!
Chegar em Dehli foi como voltar pra casa... (uau! to muito louca!!!). Mas hoje e feriado e as ultimas compras foram pro espaco.... Os temperos e chas..... E o incenso.... Putz! Eles ainda respeitam feriados por aqui (claro que ha algumas lojas abertas, mas e bem minoria...)
Enfim, o fim desta parte.... Nem acredito; realmente a tal realidade e coisa muito estranha....
Estou curtindo tossir em Dehli.... Hoje tomo um cerveja de despedida. E faco um brinde aos queridos amigos!!!
Amanha vejo o por do Sol na Inglaterra; acho que entrarei em crise de identidade... Meu Deus, que planeta e este?????

a magia do agora

a ideia e tentar ficar presente... fica ate engracado pensar nisso depois do tombaco, mas e mais ou menos na deriva dele... penso nisso porque estou no finalzinho desta viagem e estou tentando manter o frescor e nao olhar pra tudo com cara de ja acabou.... nao e a chepa!!!!! embora tenha muita cenoura vermelha e couve flor passando pelas ruas a todo momento...
a temperatura aqui varia muito, o que deixa a minha garganta naquela situacao. mas estou tomando as tais ervas ayruvedicas...
e o espetaculo e diario, o sol se pondo no Ganges....
sei que vcs ja devem estar enjoados de tanto rio, mas tem algo nele.... e tao bonito sentar e olha-lo... e ficar no presente, presente...
nada facil, porque passado e futuro sao sempre poderosos na sua inexistencia... e na insistencia da imaginacao. eita vicio poderoso, so!!!! (sem acento e uma desgraca escrever....argh! :-(

Pujas das criancas amarelas

17:30 eles comecam. muitas criancas, com roupas amarelas, cantam, cantam, cantam...
o Ganges continua passando, o Sol se poe e finalmente tudo parece perfeito. finalmente sou capaz de ver tudo perfeito... a escavadeira continua escavando o rio, nao existe pertubacao. tudo esta onde deveria estar. a mulher indiana que canta com os olhos fechados: extase... a mulher ocidental, cabelos longos, brancos, danca o corpo pra la e pra ca... o homem indiano fecha os olhos, une as maos... o ocidental nem pisca os olhos. e as criancas cantam. umas concentradas, olhinhos fechados, outras parecem alheias. eu sou mais uma. quase todas e quase ninguem. anonima, junto minhas maos e canto, canto... neste canto do mundo, por um momento fomos o que somos: apenas um.

Dayananda Ashram

Finalmente! Cheguei hj de manha ao ashram para assistir a uma aula sobre o Baghavad Ghita. Eram quase onze horas. Fui pedir permissao para o Swami e fiquei sabendo que a aula tinha sido as 9:00. Bom... Haveria uma aula dali a alguns minutos e eu poderia assistir. O conteudo? Sanscrito! E tive minha segunda aula de sanscrito desta encarnacao (a primeira foi com a Sonia)... Foi gostoso, obviamente que muito familiar... Eu viro o globo terrestre, nao consigo fazer uma aula descente de Yoga e quando consigo algo.... O professor fala de poesia... Poesia, poesia, poesia.... Curioso...
Saudades da pratica de Yoga... Que situacao!!!!
Meus professores dai estao me deixando num mar de saudades.... Amanha tenho uma pratica marcada. Teimosia pura... Nao consigo nem apoiar uma mao no chao que vejo estrela... Mas que bobagem! que e o corpo???

Poesia, poesia, poesia....

Um olho no peixe outro no gato

As vacas, como vcs sabem, sao doceis por aqui. Nao viram churrasco, nao tem a necessidade de chifrar ninguem. Mas eu tomei uma chifradinha leve, como ja disse. Depois disso fiquei um pouco receosa. Estava saindo do hotel ontem e a rua e uma decidinha. Tinha uma vaca no meio do caminho. Minhas pupilas ficaram de olho na vaca, porque eu tinha que passar bem na frente dela. Olhei o peixe, mas nao o gato: o chao estava molhado, uma mistura de agua e coco de vaca. Tomei um tombo!!! O pior de toda minha vida. Fiquei estatelada no chao, apareceu um monte de indiano, me ergueram e tal.
Vcs se lembram que sou uma pessoa que tosse, ne? Pois e... Agora quando eu tusso, doem as costas e o cocix... Hoje parece que passou um rolo compressor em mim... Nao aconteceu nada grave... Mas estou muito dolorida. Machuquei os pulsos porque cai com as maos apoiadas. Nada de kakasana.... O incrivel e que estavamos de saida pra uma aula de Yoga.... Ou seja, sem aula nem ontem, nem hoje...
Se e verdade que a mente cria a realidade, nao sei exatamente o que me acontece...
Parece que passou uma rede de pescador em mim e esta puxando pra fora dores e dores.
Cortei o pezinho tambem.... Tem espinhos no pezinho... Ai.... Me sinto om pouco mal... A Fabi fez reike, fez massaginha. Mas acho que preciso de um discarrego.Quem sabe um pulo no Ganges e a coisa melhora...

Bebi agua da cachoeira

Claro, ue! E India pra dentro e por fora!!! Como naquele conto da Clarice em que ela bebe a agua do mar, pra traze-lo pra dentro de si... Pelo menos nao tomei a agua do Ganges em Varanasi...

Alem do mais, fiz mais uma descoberta: indiano e bahiano!!!! E aquela pimenta toda e eles fazem macumba pra tudo (que aqui tem outro nome, "puja"). Cantam pra abrir a lujinha, beijam o dinheiro, cantam pro Ganges... Alias, e canto pra todo lado...
De madrugada, as 4:00, ja comeca a cantoria... E bonito...

Vc, de certa maneira, esta sempre embalado por algum canto...

A Jane achou um Tarzan

Existe uma rota de mochileiros e chega um momento que vc comeca a reconhecer as pessoas: esse eu vi em Pushkar, aquele em Jailsalmer... Aqui encontramos uma criatura que haviamos visto em Varanasi. A criatura se aproximou e fizemos amizade. Ontem saimos para uma caminhada: Rabiah, seu irmao Jat e a namorada Marqueta (?). Eles sao arabes de Israel e ela e tcheca. Fomos a uma cachoeira. Incrivel, nao? A primeira coisa que perguntei era se o caminho era alto, porque nao gosto dessas alturas reais (so das imaginarias). Rabiah me disse que era tranquilo... Claro que nao era... Caminhamos durante 1:30. Parecia que um portal havia sido aberto e que eu estava em algum lugar do Brasil, falando ingles por alguma razao desconhecida (e um pouco malefica...rsrsrs). Para chegar na tal cachoeira, havia uma queda de 1m30 e eu desanimei.... Mas Rabiah pos um galho de uma arvore de maneira que eu SO teria que subir no tal galho.... Ok! Vcs devem me imaginar tremendo e tal... Foi o que aconteceu, mas subi e entrei na cachoeira. Gritei, gritei!!!! Cantei pra Oxum, fiquei roxa e feliz...
E depois era so voltar... SO!!!! Claro que travei.... E entao Tarzan se materializou!!!! Rabiah simplesmente me deu um tranco, de maneira que cai em seus bracos, em cima do tal galho...
O galho misteriosamente resistiu; acho que foi porque eu cantei pra Oxum (que nao sou boba, nem nada.... )

20 horas de trem, cha e poeira!!!

Trem e sempre um estress... Achar o vagao e uma facanha. Ninguem quase nunca fala ingles e vc fica correndo pra la e pra ca, gritando o numero do vagao, com olhos esbugalhados e cara de "perdi minha mae, alguem pelo amor de Shiva, salve-me..."

Vagao achado, pegar as correntes, o cadeado e amarrar as mochilas debaixo do banco. Depois chegam sempre uns indianos e fica aquela confusao de qual lugar e de quem.... A gente torcendo para nao sentar com um bando de boys indianos....

Desta vez era um senhor e seu filho, bastante simpaticos! O senhor (de nome Ravinga -?) disse-nos, com um incrivel brilho nos olhos, que estava levando os ossos (!) da mae para o Ganges. Ai ele tirou uma bolsa que estava pendurada junto ao seu peito e com um sorriso nos mostrou as cinzas da mae.

Eu e a Fabi ficamos de olhos esbugalhados enquanto ele sorria... E viajamos todos juntos... Nos, eles e avo - gentilmente abracada...

O onibus...

Quando crianca, passavam aqueles filmes na Globo sobre aqueles ingleses que iam pra Africa. Tinha sempre uma mulher branquissima, olhos azuis, toda linda e que ia ficando, ficando....Suja, imunda e quase virava a Jane... Lembram?
Tudo bem.... Nao sou exatamente uma inglesa de ohos azuis e de pele de porcelana, mas ontem eu virei a Jane!!!! O Onibus que eu peguei.... Foi qualquer coisa de cinema... Imundo! Uma poeira.... e ia passando entre as Dunas... Foi o maximo, mas eu fui ficando num estado de areia... A mulhere de areia reencarna na India! E tem sorenome italiano!!!
No onibus eramos apenas tres estrangeiros e uns 40 indianos que olhavam pra gente como se fossemos bichinhos.... Eles olham e riem... E eu? Tossia, claro.... Ainda mais com aquela poeira toda....

Nas ruas de Jailsalmer andei e chorei

Alguma coisa me pegou... Sair de Jailsalmer foi triste, abri uma porta atas da outra dentro de mim...
La eu conheci pessoas muito legais, com quem tive conversas animadas. Corina, uma canadense filha de espanhois e seu marido Marco. Dei muitas risadas com eles... Numa torre de Babel maluca que ia do espanhol, passava pelo frances e as vezes desenbocava no ingles. Sabe aquela pessoa com quem vc conversa cinco minutos e parece que conhece da vida inteira?
E Anke, com sua docura envolvida pelo casaco germanico, rindo e fazendo piadas, ficando passada e briaca, tentando expandir-se, transformar-se, enquanto estranha fortemente a vida indiana.
Reuth, a israelense que mostra o passaporte e consegue descontos (?). E que, magicamente, entende o portugues... (????)
Howard, uma especie de pop-star ingles, com um sotaque medonho e que se sente o mais do pedaco, mas que e boa gente.... (depois que vc entende pelo menos 5 palavras em 10....)
Cada um agora esta em seu proprio percurso, indo por ai...
Acho que essa ideia de encontros, andancas, desencontros abriu-me.... E chorei, chorei... De oculos escuro, claro...

The queen of the desert

Pisei nas areias do deserto de Thar... 50 km da fronteira do Paquistao (onde os homens sao muito maus... - comentario do motorista do Jeep).

E estranho pisar na areia e esperar pelo mar que nao vem. Minha pobre mente apegada esperava ver o mar atras de alguma duna. Quando finalmente me convenci de que estava em lugar diferente, tentava cada vez mais me colocar inteira nessa novidade: a areia varrida de agua.

Me larguei... Deitei na Duna, pronta para desfrutar daquele silencio seco e claro. Olhos fechados, corpo entregue... Delicias das delicias...E: tosse! Nao a minha, mas a de uma criatura desertica, com sua flauta a postos. Pensei, entao ta, toca!

Ele tocou. Deixei entao que aquele som tomasse conta de mim, tentando harmonizar-me com as sensacoes que aquele lugar diferente me trazia.
Ele nao tocou muito. Parou e pediu dinheiro. E estipulou: 50 rupias - o que, quando vc so pensa em rupias, e uma grana...

Meu encontro com o deserto quase terminou em briga... O cara ficou meio bravo. E tive que usar metade de meu vocabulario em Hindi: Bas! Que significa: basta!

A cidade do forte

Aqui e possivel alguma interiorizacao. Subir nas muralhas e olhar o horizonte farto. A cidade e mais calma, mais acolhedora ainda. Os vendedores sao mais tranquilos, mas sair do forte e uma aventura. Os condutores de taxis pulam sobre vc como um enxame. Hoje desenvolvemos uma tecnica, assim de aliviar figado. Eu falei todos os palavroes que podia em portugues e Anke disse todos os que sabia em alemao - foi inspirador...

Reuth deu a expressao do momento: we're walking money...

Sei, minha gente, esta pouco espiritual esta viagem... Esta tudo a venda!!!!! Entao a historia tem que ser mais interna. E olhar dentro do movimento, os jogos que a mente vai criando, as possibilidades de compreensao da natureza pessoal. E perceber as situacoes que vao sendo criadas. As pessoas que chegam, as que te atravessam, as que nao dizem nada.

E mais ainda: ainda ha o estarrecedor deste mundo tao diverso e tal igual. Da Coca Cola a lepra. Tem tudo aqui... Do celular na mao do mestre de Yoga, ao cadaver que queima... Camelos e haxixe, opio e chocolate. Walking money.... E so escolher. Every thingh is possible.... dizem os indianos...

E eu? Com uma tosse que dura 15 dias.... Tentando tatear alem de meu nariz e da minha sombra. Numa cidade perto do deserto isso talvez seja, no minimo, mais charmoso...

Jailsalmer...

Onibus sao a parte mais conturbada por aqui... Sair de Pushkar e chegar em Jailsalmer nao foi nada facil. Mais um truque indiano: pagamos por uma passagem mais cara (sleeper = vc tem uma caminha pra dormir), mas mudaram de onibus no meio da viagem e nao havia nem sequer lugar para todos.... Um onibus de linha... Metade dos turistas no chao durante cinco horas....

A parte bacana e que fiz muitos amigos, sabe como e... No meio da baderna, todos conversam com todos. E agora temos um grupinho do onibus de Pushkar...

Frases indianas

In India you never get what you expect.... (se vc esta esperando que algo de certo, nao da.... se esta esperando que de errado, da certo!) - frase tipica do Benoit

The indian men don't fuck, so they horn!!!! (essa e da Sanyla)

If you're happy, I'm happy (todo comerciante, depois de ter passado a perna em vc.... rsrsrsrs)

Trust me! (mesmo comerciante, na mesma situacao....)

Uma imagem vale mais que mil palavras! Viva o cliche!!!!!

Pushkar

Aqui se respira uma India mais calma. Da ate pra andar em uma rua em que passam so umas tres pessoas! E quase inacreditavel e um balsamo depois da exaustiva Agra. Tem todo aquele comercio e tal, mas voce pode andar mais calmamente porque nao ha Rickshaws pelas ruas, apenas algumas motocas. O lago sagrado da cidade e um lindo lugar onde voce pode ficar mais ou menos tranquilo, enquanto nao chega um indiano pra puxar conversa ou uma cigana. Ha poucos momentos de silencio na India que vi ate agora e esta de Pushkar e mais interiorizada. Entrei finalmente em meu primeiro templo: O de Brahma, o unico da India. Me senti uma estranha que chegou sem ser convidada para uma festa de familia....

Mula Bhanda....

Essa foi minha situacao em alguns dias, bem pucos, mas foi um bom treinamento... Enfim, a limpeza intestinal (tucanei!!!!) finalmente me pegou, alem daquela febrinha... A Simone falou: nada como cagar pelo mundo... As vacas da India que o digam... E por falar em vaca... Tomei uma chifrada de um touro hoje!!! Foi doce, assim de sagrado!!!!

A privadinha ai ao lado parece horrivel, mas e a melhor de todas ate agora, acreditem!!! E otima!!!!!

Marina, nao encontrei nunca!!!!

Nao tem correio visivel aqui, flor!!!! Entao nao chegou postal no seu aniversario!!!! Mas registro aqui essa impossibilidade e pensarei numa maneira criativa de contorna-la... Por hora ainda nao sei!!!!! Mas hei de vencer....

Ah, Taj Mahal!

Cantei, cantei em frente ao Taj! Mas que cidade insuportavel!!! Depois de 15 horas de trem (um atraso de apenas 4 horas), chegamos em Agra para pegar um outro trem que sairia dali a duas horas para Ajmer e... Claro que nao havia trem algum... Depois o cara do lugged room da estacao ferroviaria indicou-nos uma criatura pra nos falar do tal trem... E ai a gente foi idiota e caiu no conto indiano... O cara era um guia mala, enrolao.. Falante, um saco! Mas nos saimos bem, ao final de um dia inteiro de chatices... Pegamos um onibus e fomos para Ajmer. E depois de dois dias.... Chegamos em Pushkar!!!! Uma linda cidade nas montanhas, calma e tranquila... Shanti, Shanti... como dizem por aqui...

Mais um trem

Partimos daqui a duas horas para Agra. O resfriado piora bem a noite... Mas durante o dia e aquela dor de cabeca... Mudamos de planos e nao vamos mais para Vrindavan. Nao consegui falar com o chileno, que iria nos receber, entao... como o guia falava mal da cidade, desencanamos.
Na realidade tudo o que eu queria agora era um alugar Shanti, Shanti... (como eles dizem por aqui... paz, paz...), mas isso e bem dificil na India!!! Ontem fizemos ma pratica de Yoga bastante forte, foi interessante. A cada descanso, respirar fundo e sentir aquele cheirinho indiano...

Ao lado, um adianto no tempo: ja e o trem, a caixinha para Agra!
Agora vou demorar um pouquinho pra escrever novamente.
So depis do Taj Mahal...

Resfriei

o trem acabou comigo.... fico mais um dia em Varanasi pra me recuperar. Amanha faco uma massagem....

quase me acostumei com a pimenta, mas ainda arde....

ai estou no restaurante do Dennis, depois de comer um Dahl, Pain Rice, Hot Lemon Tea Ginger....Chapati....

Vacarasi...

Esse foi um ato falho da Fabi que vem bem ao caso.... Toda noite a gente tem um ataque de riso, quase histerico, deve ser o fluido do Ganges....Essas vacas sao
diferentes, acho ue sao bufalos... e ficam assim, indianamente largadas...

coloridos

e uma coisa assim meio Bahia... a comparacao e estranha, mas ate que vale; da pra entender com as cores e alguns sabores e ate mesmos cheiros.... mas e tanta gente que a comparacao se perde...
Essas sao as escadarias a margem do Gandes. As criancas estao correndo atras de pipas, que aqui nao tem rabo.... Coisas da cultura...

uma pequena verdade....

os banheiros nao sao faceis.... em Dehli, foi bem pior... agora e so ficar de cocoras; o cabloco ate dizia que isso era natural...
aqui tudo e muito natural..

Lua Cheia no Ganges

A noite tudo fica mais fantastico... E lua cheia aqui; da pra imaginar o que e essa lua no Ganges? Refletindo-se.... E a neblina comeca a cobrir tudo, deixando um ar ainda mais irreal por aqui. E fiz uma descoberta: O Rosa escreveu a Terceira Margem aqui. Eu realmente vi a terceira margem, o nao lugar... E ficava imaginando aquele barquinho... A oto e da lua cheia a noite....

Ganga

Nao imaginava que o Ganges (o Ganga) seria tao impressionante. Ha um ritual a noite (um puja) em frente ao rio. E bastante impressionante, colorido, com muita musica.... Esse e um garoto que estava fazendo alguns movimentos com um grande candelabro. Ele fica la por um tempo, recitando mantras, enquanto as pessoas conversam, passeiam, escarram e mijam... Afinal isso e a India!!!!

Em Varanasi

Agora e aquele momento em que so torcendo as palavras se pode dizer alguma coisa... Meu primeiro dia foi a beira do Ganges. Olha-lo foi uma sensacao... Olhar para algo que vc imaginou, algo em que vc ja havia pensado e e que agora vc tem diante de seus olhos... Haja reticencias. Talvez somente o silencio possa comunicar o que se ve em Varanasi, mas nao existe post onde ha silencio. E o que faco agora e tentar organizar minha experiencia, o que pode dela ser organizado; um pouco pra falar com vcs, um pouco pra falar comigo mesma. Tudo fala aqui. Tudo e silencio aqui. Ontem vi os corpos serem cremados. Nem tanto ver, mas sentir o ambiente, respirar aquilo tudo... E olhar a superficie do Ganges, linda, placida, tranquila... E a morte ali e a vida ali... Isso e bem a India. Tudo existe a frente de seus olhos: a merda, a urina, a comida, a riso das criancas, a malandragem dos indianos.... O estrangeiro com sua camera impudica.... os homens se banhando no Ganges...E eu aqui! Tentando ver o que posso. Nao sei o que nao vejo, claro. Mas o que estou vendo ja e bastante. Na medida de meus olhos (que nem sao tao pequenos assim...).

No trem

Benoit abriu os caminhos e nos trouxe ate Varanasi. O trem foi bem mais tranquilo do que eu imaginava. Nossa "cabine" (muitas coisas na India devem levar aspas...) tinha 3 coreanos apavorados...Amarramos as mochilas com correntes, como se esperassemos um tornado e foi quase... Um vento na cabine... uma frio... A viagem durou 12 horas e depois da friaca,chegamos na barulhenta estacao de Varanasi. Chegar na estacao e um dos momentos mais atordoantes. Geralmente vc esta cansada pela viagem e vem aquele monte de indiano oferecendo rickshaw ou ciclyrickshaw - e atordoante... E se vc quer economizar, vc deve brigar um pouquinho pra nao pagar tanto. Alias, vc deve negociar todo o tempo por aqui... E divertido e eles sempre saem ganhando, claro... Afinal, fazem isso desde sempre....